Eduardo Galeano
Uruguai
(Montevidéu, 1940-2015). Galeano é um pensador fundamental do nosso continente. De um menino que sonhava em ser jogador de futebol se transformou num jornalista e ensaísta único, autor de um dos maiores clássicos sobre a história e as dores de nossa região: As veias abertas da América Latina, livro traduzido para mais de trinta idiomas e publicado em mais de cinquenta países.
O livro fez de Galeano um dos cronistas de mais incisiva trajetória das nossas comarcas e um autor de sucesso permanente. Sua obra é ampla e diversificada, indo de livros jornalísticos a contos e romances, até chegar a uma espécie de divisor de águas – Dias e Noites de Amor e de Guerra, de 1978. A partir desse livro, Galeano rompe todas as fronteiras entre a literatura de ficção e a de não-ficção, mesclando prosa poética ao material obtido em rigorosas pesquisas.
Todos os seus outros livros – e foram muitos – seguiram esse rumo. Depois de O livro dos abraços vieram outros de relevo: As palavras andantes; O futebol ao sol e à sombra; Bocas do tempo; Espelhos; Os filhos dos dias e seu livro derradeiro; e O caçador de Histórias, publicado depois da sua partida.
Ele conquistou alguns dos prêmios mais importantes e não apenas no âmbito hispânico. Ganhou, por exemplo, o mais que prestigiado American Book Award, dado pela Universidade de Washington, ou o Stig Dagerman, da Suécia, ou o Prêmio Internacional de Direitos Humanos concedido pela Global Exchange, também dos Estados Unidos. Além disso, levou o Casa de las Américas duas vezes, e um sem-fim de honrarias na Nicarágua, na Venezuela, no México, em El Salvador, na Argentina, no Chile e, claro, no seu Uruguai.